sexta-feira, 6 de maio de 2011

TRATANDO DE FORMA DIFERENTE, IGUAIS


Passamos por uma situação inusitada na nossa corporação (PMDF), pois com esta redução de interstício, vários companheiros de farda estão comemorando e festejando a sua merecida promoção, fato este mais do que justo, mas estamos nos esquecendo que grande parcela de nossos companheiros de combate a bandidagem estão a ver navios, e eles no mínimo já possuem 8 anos de polícia militar.

Esta situação criada pela PMDF e seus gestores gerou um mal estar no nosso serviço diuturno de radiopatrulhamento, pois ao mesmo tempo em que queremos comemorar a tão demorada promoção vemos nossos amigos e parceiros de serviço sem nada, nada mesmo, e em nosso serviço (me refiro ao serviço de rua, ao qual faço parte) não há distinção entre sargento, cabo e soldado quando o vagabundo vem para cima, ou seja, o policial de rua trabalha da mesma forma independente de sua graduação, o que conta na rua é se o cara é bom ou não, se desenrola ou não a ocorrência, se pega ou não bandido, e não se ele é ou não graduado.

Temos então a seguinte circunstância de trabalho em nossos quartéis: tratamos de forma diferente iguais, dando graduações a alguns policiais e deixamos outros sem nada, o que gera uma grande insatisfação por boa parcela de policiais, e esta insatisfação é válida já que eles fazem o mesmo serviço que nós graduados, correm os mesmos riscos na atividade fim e no final somente alguns são beneficiados, de maneira que fico constrangido de comemorar a recente promoção pois meus irmãos de farda que trabalham comigo, que salvam minha vida no combate, que fazem exatamente o mesmo que eu e alguns soldados até mais do que eu não recebem nada, somente promessas vazias e datas sem confirmação.

Mas o que podemos fazer quanto a isto? Não é justo o mais antigo ser graduado enquanto o mais novinho fica ao relento? Seria se esta diferença fosse de meses ou poucos anos e não uma década como o que está ocorrendo. O justo seria que desvinculássemos salário de graduação, tempo de serviço fosse mais importante que macarrões nas mangas, pois o serviço é o mesmo (nas ruas) e a responsabilidade idem, ou ninguém nunca viu soldado comandar viatura ou mesmo dupla de po.

Então ao invés de simplesmente agradecermos esta tão demorada redução de interstício, vamos mais fundo e vamos tentar mostrar que o importante não é só o posto ou graduação e sim um salário digno, desde soldado até coronel.   

Assina um 1ºSGT que tem esperança em mudanças na nossa corporação. 

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