sábado, 11 de junho de 2011

BOMBEIROS-RJ, UM DIVISOR DE ÁGUAS


Algumas mudanças só surgem quando estamos em crise, no fundo do poço, acho que este é o momento em começaremos a mudar a situação dos bombeiros e policiais militares no país. A situação dos nossos companheiros militares no Rio de Janeiro expos uma ferida que demonstra que, viver em uma democracia não quer dizer que temos iguais direitos e condições como a maior parte da sociedade trabalhadora.

Não temos direito de nos sindicalizar e muito menos fazer greves. Mas porque não? Serviço essencial? Médicos são tão essenciais quanto e podem fazer greve e se sindicalizar, professores que são os pilares para o futuro de nosso país podem fazer greves e se sindicalizar. Tudo bem, são categorias importantes, mas não são da segurança pública, mas então porque policiais civis e federais exercem plenamente sua cidadania fazendo greves e se sindicalizando. O que difere nossa profissão destas outras elencadas? Certo, somos militares, forças auxiliares e reserva do exército, mas nossas atribuições não tem nada a ver com exército, somos profissionais da segurança pública e para a sociedade servimos em tempo integral. Quando em estado de guerra, sim caros legisladores, nos coloquem sobre qualquer sistema, pois quando em guerra estivermos a pátria defenderemos, mas em tempo de paz, como o que vivemos algum tempo temos que ter os mesmos direitos que todos.

O fato de não podermos nos reunir e ter representações legais e jurídicas democraticamente eleitas acaba tendo o tipo de ação que ocorreu no Rio de Janeiro. Como um país tão democrático, tão avançado, possui duas categorias profissionais que não podem se sindicalizar, não podem lutar por melhorias salariais, melhorias em condições de trabalho, melhoria no tratamento de seus superiores para com seus subordinados. O sindicalismo surgiu no nosso país no século 18 para tentar equilibrar o jogo de forças onde patrões e empregados (os últimos sempre perdiam até então).

O que podemos fazer? Como tentar reverter essa situação sem igual em países democráticos? Temos que utilizar esta situação no Rio como um divisor de águas, temos representantes, poucos, mas temos, temos políticos que mesmo não eleitos por nossos votos se interessam por nossa causa, alguns por ideologia, outros por votos, não importa a motivação e sim que lutem por nós.
A internet veio a calhar nos dando uma forma de cobrança que antes não dispúnhamos, podemos enviar-lhes emails mostrando nossa situação, nossas reivindicações, nossa luta. Temos a sociedade, que agora está vendo o absurdo que ocorre em nossa carreira. Temos o momento oportuno para lutar e tentar mudar esse quadro autocrático, uma ditadura, já que não podemos entrar em greve, não podemos nos sindicalizar nem nos filiar a partidos políticos. Nossos blogs estão mostrando a todos o que acontece conosco e estes blogs não param de crescer em número e qualidade, e vamos continuar assim  até que nos ouçam, nos vejam, nos entendam.

Segue um vídeo com o depoimento polêmico do advogado Dr. Tácito Alves, que defende a tese de que os Policiais e Bombeiros Militares podem fazer greve




Deputados federais para quem foi enviada esta postagem:

Augusto Carvalho PPS/DF
Erika Kokay PT/DF
Izalci PR/DF
Policarpo PT/DF
Reguffe PDT/DF
Ricardo Quirino PRB/DF
Ronaldo Fonseca PR/DF

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